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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial #145. Proteoma oral humano: da saliva ao diagnóstico das doenças cardiovascula...
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Vol. 57. Issue S1.
Pages 59 (December 2016)
Open Access
#145. Proteoma oral humano: da saliva ao diagnóstico das doenças cardiovasculares
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Rafael Silva*, Lilibetty Pinho, Marlene Barros, Maria José Correia, Nuno Rosa
Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional de Viseu
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Objetivos: Estudos recentes têm evidenciado a relação entre a periodontite crónica e as doenças cardiovasculares. A plausibilidade biológica para esta associação baseia‐se no facto de os pacientes com periodontite crónica apresentarem níveis aumentados de marcadores inflamatórios, os quais estão implicados na inflamação sistémica. O objetivo deste trabalho é avaliar se as proteínas salivares poderão ou não constituir potenciais biomarcadores, através dos seus dados de regulação em ambas as patologias.

Materiais e métodos: Com recurso à ferramenta de pesquisa do portal PubMed e usando como palavras‐chave os seguintes termos: «cardiovascular diseases», «chronic periodontitis», «biomarkers», «proteomics», «salivar diagnosis» foram selecionados os artigos que apresentavam dados de regulação proteica, na saliva, em ambas as patologias. Posteriormente, com recurso à ferramenta PANTHER, identificaram‐se os processos biológicos e funções moleculares mais desregulados, e quais as proteínas salivares comuns em ambas as patologias, nesses mesmos mecanismos.

Resultados: Verificou‐se que a maioria das proteínas envolvidas nos processos biológicos mais desregulados («response to stimulus» e «immune system process») são citocinas, acabando por ser consistentes com a presença da inflamação associada às patologias em estudo. De notar também o aumento evidente do número de proteínas orais com função antioxidante (Myeloperoxidase), o que poderá ser fundamentado por uma resposta contra o stress oxidativo a que os indivíduos com doenças cardiovasculares estão sujeitos. E na atividade dos recetores (leukotriene B4 recetor 1 e prostaglandin E2 recetor EP2), justificado pelo grande envolvimento destes no recrutamento de células do sistema imunológico e na regulação das placas ateroscleróticas, favorecendo a sua destabilização e consequente rotura.

Conclusões: Foram identificadas moléculas inflamatórias comuns em ambas as doenças, existindo diferenças em relação aos dados de regulação. Este conhecimento abre caminho a novos estudos com o objetivo de esclarecer os mecanismos moleculares envolvidos nas 2 doenças, bem como identificar e validar biomarcadores que possam de alguma forma levar a uma intervenção atempada, diminuindo o grande impacto epidemiológico das doenças cardiovasculares.

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