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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial # 22. Síndrome de Eagle – Apresentação de um caso clínico
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Vol. 56. Issue S1.
Pages 35 (December 2015)
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# 22. Síndrome de Eagle – Apresentação de um caso clínico
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Susana Cristina Machado Lopes Furão*, Pedro Santos, Carla Silva, Carolina Santos, Isabel Teles, Ana Delgado
Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
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Introdução: A síndrome de Eagle, descrita em 1937, caracteriza‐se por um aumento (superior a 3mm) do comprimento da apófise estilóideia e/ou calcificação do ligamento estilo‐hioideu ou estilo‐mandibular. Foram descritos 2 tipos de síndrome: o «clássico» e o estilo‐carotídeo, com etiologia e semiologia diferentes. O diagnóstico é feito com base numa anamnese direcionada, num exame clínico criterioso e auxiliado por exames complementares imagiológicos. Dependendo do grau de severidade, podem ser consideradas as abordagens terapêuticas farmacológica e/ou cirúrgica.

Descrição do caso clínico: Paciente, sexo feminino, 19 anos, dirigiu‐se à consulta de ortodontia para «ajudar a articulação e já agora meter os dentes direitinhos» (sic). A paciente referiu sintomatologia articular há sensivelmente 5 anos, tendo iniciado com estalidos que foram intensificando e sendo acompanhados de dores no pescoço. Referiu ainda sintomatologia dolorosa durante a fala e ao acordar nos músculos mastigatórios, desconforto ao bocejar, zumbidos e sialorreia. Refere que os sintomas surgem diariamente e, para controlá‐los, toma paracetamol 1g. Revelou palpação muscular dolorosa, no espaço retroarticular da articulação temporomandibular de ambos os lados e no ligamento temporomandibular esquerdo. Após análise da ortopantomografia e da telerradiografia, foi possível observar um aumento da apófise estilóideia bilateralmente.

Discussão e conclusões: A síndrome de Eagle é uma condição que apresenta um quadro clínico inespecífico, dificultando um diagnóstico definitivo. Neste caso, a abordagem ortodôntica para resolver a maloclusão foi adiada. Devido aos transtornos físicos e psicológicos, a par dos riscos de uma síndrome de Eagle, tornou‐se prioritário a resolução desta condição. A paciente foi encaminhada para a otorrinolaringologia que, ao confirmar o diagnóstico, optou pela abordagem cirúrgica. A síndrome de Eagle é uma entidade cuja etiologia ainda não está completamente esclarecida. É fundamental uma abordagem multidisciplinar após avaliar a indicação de cada caso, ponderando o risco/benefício e elucidando o paciente sobre as suas vantagens e limitações.

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