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Vol. 12. Issue 2.
Pages 93-94 (June 2016)
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Vol. 12. Issue 2.
Pages 93-94 (June 2016)
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Tempos de espera na endarterectomia carotídea: experiência institucional e estratégias de melhoria
Time Delays on Carotid Endarterectomy: institutional experience and improvement strategies
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José Manuel Morão Cabral Ferro
Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa; Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
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A doença aterosclerótica das artérias cervicais, nomeadamente da carótida interna, é uma causa importante de acidente isquémico transitório (AIT) e de acidente vascular cerebral (AVC). O tratamento cirúrgico ou endovascular das estenoses carotídeas severas sintomáticas é uma intervenção muito eficaz para reduzir o risco de recorrência de eventos vasculares cerebrais. O risco de recorrência decresce com o tempo decorrido desde o AIT/AVC, sendo máximo nos primeiros dias. Daí que seja recomendado realizar o tratamento das estenoses carotídeas precocemente, precisamente para evitar as recorrências próximas do evento inicial1,2. Se realizada mais tarde, a eficácia da endarterectomia reduz‐se, porque o risco de recorrência vai diminuir com o tempo. Se num sistema de saúde a generalidade dos doentes for intervencionada tardiamente, a efetividade da endarterectomia será baixa.

Neste importante estudo retrospetivo, realizado numa unidade de referência para endarterectomia, os autores descrevem um tempo mediano de espera entre o evento neurológico e a cirurgia próximo de um mês (27,5 dias). Existem atrasos importantes em todos os passos da trajetória do doente: referenciação à consulta, realização dos exames vasculares, colocação da indicação cirúrgica e entre esta, e a indicação cirúrgica. Apenas 21,7% foram operados nos 14 dias seguintes ao AIT/AVC.

Os estudos retrospetivos têm vários problemas metodológicos, principalmente viés de seleção e sobrestimação do valor das associações encontradas. Neste estudo, de 77 doentes submetidos a endarterectomia, só em 60 a documentação relevante estava disponível para análise. Não é possível também ter informação sobre os doentes que abandonaram a cadeia de referenciação, por terem procurado outro centro, público ou privado, terem decidido não ser operados ou terem sofrido um novo AVC. Mas é pouco provável que a colheita retrospetiva dos tempos de espera nas várias etapas do processo de referenciação tenha introduzido um viés importante.

O atraso descrito neste artigo é semelhante ao descrito noutras publicações. Seria importante conhecer se o atraso é comparável noutros centros hospitalares nacionais, em particular naqueles que dispõem de unidades de AVC e consultas diárias de AIT.

A proposta de melhoria mais evidente, já implementada noutros centros, será a criação de um canal de referenciação prioritário, que permita comprimir todos os atrasos ao longo da trajetória do doente, acompanhado de uma realocação de recursos humanos e materiais, de outras situações clínicas de menor risco (ex: estenose carotídeas não sintomáticas) para estes doentes de maior risco. Trata‐se, no fundo, de estabelecer um programa de melhoria contínua de qualidade com metas mensuráveis, a auditar periodicamente, comparando a melhoria alcançada com o que vai acontecendo em centros nacionais do mesmo nível de referenciação.

Referências
[1]
W.N. Kernan, B. Ovbiagele, H.R. Black, et al.
Guidelines for the prevention of stroke in patients with stroke and transient ischemic attack: A guideline for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke Association.
Stroke., 45 (2014), pp. 2160-2236
[2]
European Stroke Organisation (ESO) Executive Committee; ESO Writing Committee.
Guidelines for management of ischaemic stroke and transient ischaemic attack 2008.
Cerebrovasc Dis., 25 (2008), pp. 457-507
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