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Vol. 11. Issue 2.
Pages 49 (June 2015)
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A SPACV está mais uma vez empenhada na sensibilização da população para doenças vasculares. A campanha «Alerta Doença Venosa» está aí. São vários os componentes desta ação: cartazes publicitários colocados em áreas de grande visibilidade chamando a atenção para a doença venosa e seus sintomas; presença informativa nos meios de comunicação social, televisão, rádio, jornais e revistas; ações de informação e rastreio junto da população de 20 das cidades mais populosas do país.

Durante o mês de maio e início de junho vai seguramente falar‐se muito de doença venosa nas suas diversas formas e se isto é importante para nós, angiologistas e cirurgiões vasculares, por maioria de razão o é para a população em geral.

Não seria possível uma ação desta envergadura sem um forte apoio externo e os laboratórios Servier são os nossos parceiros nesta atividade. Obviamente que todo o controlo técnico e científico pertence à SPACV; aos nossos parceiros cabe o apoio logístico, fundamental para o sucesso que mais uma vez queremos e, estamos seguros, iremos alcançar.

Tenho tido o hábito nesta página de abordar temas que me preocupam como angiologista e cirurgião vascular. Mais uma vez o farei.

Durante muitos anos vivemos numa medicina baseada na chamada sapiência. Era o tempo do «Grand Patron». Tudo girava em torno do saber dessas figuras. A evolução tecnológica com a enorme capacidade de informar rápida e globalmente trouxe uma nova medicina que se baseia na evidência. Muito mais democrática por ser acessível, muito mais segura por ser científica. Da experiência individual passamos à experiência coletiva. Obviamente que estamos ainda longe de toda a nossa ação médica ser baseada em evidência. Muitas são as zonas cinzentas ou mesmo negras em termos de criação de evidência clínica.

Na nossa especialidade, devido à relevância que as técnicas endovasculares assumiram, a enorme rapidez de evolução tecnológica tem levado a dificuldades em criar linhas de atuação com bases científicas sólidas. Quando um estudo termina e demonstra determinada realidade estão já em utilização variantes à técnica estudada utilizando novos materiais que quase invalidam os resultados obtidos. Todos nos lembramos de estudos muito importantes em que, quando conhecidos os seus resultados a longo prazo, estes são imediata e fortemente criticados pois os dispositivos utilizados são já obsoletos ou caíram em desuso.

Talvez seja esta a razão pela qual estamos hoje a assistir a uma nova realidade baseada no resultado imediato. A grande maioria dos simpósios, reuniões e congressos estão invadidos pelo imediatismo e o consumismo. A discussão científica foi substituída pelos chamados casos ao vivo. São mostradas técnicas extremamente complexas com elevado consumo de recursos em que se obtêm resultados magníficos em termos imagiológicos imediatos, mas cuja validade demonstrada em termos científicos atuais é, se não nula, seguramente desconhecida. São números de circo agradáveis à vista, mas pouco consentâneos com o pensamento científico. O grande problema é que estas ações, que deveriam ter um caráter iminentemente formativo para os jovens, se estão a tornar em algo muito pernicioso para essa mesma formação. Da medicina baseada na evidência, que deveria ser a base de formação de jovens médicos, estamos a caminhar para a medicina espetáculo do «ser fazível».

Conhecemos as razões desta evolução, tão pouco consentânea com uma correta prática médica, e não será fácil de a contrariar, mas é nossa obrigação tentar que os jovens que connosco se formam sejam tão imunizados quanto possível contra esta forma de fazer medicina.

Em ciência o progresso e a inovação são sempre bem‐vindos, mas devem respeitar os princípios básicos da criação de conhecimento.

Até ao nosso XV Congresso,

João Albuquerque e Castro

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